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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Bento de Jesus Caraça: um homem que abençoava as ilusões

Há cem anos, nasceu uma criança do sexo masculino que, diriam  mais tarde as velhas mulheres, parecia fadada por uma estrela. Estrela, sem dúvida, contraditória. Porque, se cedo se evidenciou que a sua sorte seria diversa daquela a que a origem social o destinava, e a sua vida se afirmou, desde a infância, como conquista de espaços cada vez mais amplos, o seu tempo seria breve. Ao morrer, 47 anos depois, o adulto que foi esse menino diria, segundo testemunho do sobrinho, «tão pouco tempo...» Tempo breve mas intenso. Marcando a sua época. E a nossa ainda.


Falamos de Bento de Jesus Caraça, filho de trabalhadores rurais, nascido a 18 de Abril de 1901, em Vila Viçosa.A morte tocou-lhe à nascença. Conta a irmã mais nova, Filomena Caraça, que a mãe, aflita, vendo o menino a finar-se, correu à igreja a baptizá-lo, sem pensar sequer que nome pôr-lhe. Acudiu-lhe o padre, sugerindo Bento de Jesus. Mais tarde, Bento Caraça ironizará em resposta a uma crítica ao seu trabalho em O Diabo, jornal da frente intelectual mais radicalmente oposicionista e plataforma do movimento neo-realista. «Um articulista de Beja descobriu numa hora de ócio que há uma quase contradição entre o meu nome tão católico (sic) e o meu ingresso nas hostes diabólicas (re-sic). Que quer amigo? Fui baptizado à pressa e com um escasso mês de idade. Razões por que se julgaram dispensados de me consultar...»Levado aos dois meses, pelos pais, para a Aldeia de Montoito, no Redondo, onde o pai é feitor da Herdade da Casa Branca, dá aí os primeiros passos e conhece, com pouco mais de 4 anos, as primeiras letras ensinadas por um trabalhador errante, desses que sazonalmente chegavam ao Alentejo, este trazendo, no pouco de seu, uma cartilha  escolar. Impressionada com a inteligência do menino, a senhora da herdade, D. Jerónima, torna-se «sua protectora»: assim assinará as cartas e postais que lhe escreve, até morrer, para os diferentes lugares para onde o envia a aprender a ser diferente: um homem culto. É neste percurso protegido que Bento Caraça passa pelo Liceu Sá da Bandeira, em Santarém, e, em 1915, se encontra no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, espaço de descoberta de amigos, como Luís Dias Amado, tornado quase irmão, e Carlos Botelho, pintor da cidade e dos seus entardecesse; espaço de encontro com o amor através de Maria Octávia, filha do professor de matemática, Adolfo Sena; e limiar de um combate em que política e cultura constituem uma mesma matriz..Em 1918, Bento Caraça termina com distinção o curso liceal e entra no Instituto Superior do Comércio, designação ao tempo do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, actualmente Instituto Superior de Economia e Gestão. Em Fevereiro de 1919, no segundo ano do curso de Economia, escreverá numa folha de papel que encontramos no seu espólio: «hei-de ser o primeiro aluno do meu curso». Sê-lo-á. Nesse mesmo ano, o professor Mira Fernandes, insigne matemático, recomenda a sua nomeação como 2º assistente temporário do Instituto para as cadeiras de Álgebra Superior e Geometria Analítica, 1º grupo. . Licencia-se em Outubro de 1923 com «bom com distinção»,em 1924 passa a 1º assistente, em 1926 entra para a Comissão de Redacção da Revista de Economia, em 1927 é nomeado professor extraordinário e em 1929 é professor catedrático. A sua carreira revela-se fulgurante.Com ele e através dele, a matemática torna-se um universo diferente, fascinante. Quer pelo seu estilo pedagógico, quer pela paixão que imprime e comunica na divulgação da matemática. Sucede algo de inusitado no Instituto. Alunos de outras turmas, de outras faculdades, de outro âmbito escolar, até de ciências humanas, afluem às suas aulas. As aulas inaugurais de início do ano escolar tornam-se um acontecimento cultural, um ritual de passagem. Este professor que transforma o olhar sobre uma matéria até considerada inóspita, este homem que vê no rosto dos alunos o estado de ânimo e os interpela pessoalmente, os consola e aconselha, este homem irónico e meigo, é , porém, extremamente rigoroso, exigente. Os alunos parodiam as iniciais do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras: «Isto sem o Caraça era fácil».Como estudioso e divulgador, Bento Caraça introduz uma ruptura fundamental. Na sua obra, atrás do número, das figuras geométricas, das equações, é todo o tempo humano que pulsa, a respiração do social, as contradições de classes, a ansiedade e a luta dos homens fazendo-se no acto de fazer a história e as ciências. Praxis social e matemática cruzam-se dialecticamente. A renovação pedagógica e epistemológica do livro Os Conceitos Fundamentais da Matemática, editado em 1941, ofusca outras obras de Bento Caraça no mesmo domínio. É o caso de Lições de Álgebra e Análise, cuja publicação, em 1935, marca, segundo o professor Sebastião e Silva, «uma presença na história do ensino da matemática em Portugal». Este paradigma novo, que recupera a historicidade da produção científica, transparece no domínio da econometria que Bento Caraça introduz na investigação académica. Em consequência, cria, em 1938, com Mira Fernandes e Caetano Beirão da Veiga, o Centro de Estudos Matemáticos aplicados à Economia. Impulsionará, também, o Movimento Matemático que, entre 1937 e 1947, congregará matemáticos, físicos e químicos, numa linha de investigação inovadora, criativa, em consonância com a investigação internacional. Caraça encontra-se também entre os primeiros académicos que constituem, em 1940, a Sociedade Portuguesa de Matemática, cuja comissão Pedagógica dirige. Na Sociedade   encontra-se entre os fundadores da Gazeta da Matemática, e participa nos congressos da associação Luso espanhola para o Progresso das Ciências, em 1941, no Porto, e, em 1944, em Cordoba.Se na matemática Bento de Jesus Caraça opera um corte epistemológico transversal a todo o domínio científico, no plano cultural constituirá, como salienta Eduardo Lourenço, uma referência constante na sua própria geração e na que se lhe sucede. Quando dizemos «obra», significamos não apenas a vasta produção teórica, mas as práticas que protagoniza e incentiva. O que se trata é de praxis revolucionária, uma praxis em que combate cultural e político coincidem, no puro sentido do jovem Marx, filosofia, cultura, comprometidas na mudança do mundo.Para o grupo social dos intelectuais de esquerda, dos anos trinta e quarenta, num leque vasto que vai de republicanos, mais ou menos radicais, seareiros, a marxistas, as armas da crítica têm um alvo político directo, a ditadura salazarista. Se  divergem ideologicamente   e   se opõem , frequentemente,  na concepção táctica e estratégica  , o seu alvo é o mesmo : o derrube do auto-designado «Estado Novo». Toda a inteligência oposicionista esgrime contra a situação de miséria social e cultural, para cuja mudança a cultura é tão mais fundamental quanto o salazarismo investiu ideologicamente no obscurantismo, nomeadamente por via da «Escola, oficina de almas», e, de forma mais refinada, da «Política do Espirito» que, sob o impulso inteligente de António Ferro, mobilizou mesmo alguns intelectuais não fascistas.É pois num contexto de condicionamento cultural, fortemente repressivo, agindo nas consciências e nos actos pela censura e pela interdição das liberdades de reunião e de associação, que Bento de Jesus Caraça sobressai num grupo de outros importantes combatentes. A sua concepção de cultura «como despertar das almas», de «aquisição da cultura« como significando «a conquista da liberdade» afirma-se na série de conferências e escritos (mesmo os matemáticos), nos artigos que publica no Globo, jornal efémero que, a 11 de Novembro de 1933 , funda e  dirige com José Rodrigues Miguéis, no Liberdade, em O Diabo , na Seara Nova  e noutros orgãos de intervenção. Mas não somente. Toda a sua vida quotidiana é de empenho cultural e político. Na Universidade Popular Portuguesa, cujos corpos gerentes integra, desde a fundação em 1919, e a que preside, desde 1928 até à morte, Bento Caraça imprime um debate de ideias, uma perspectiva de cultura como impulso para a mudança, que tornam este espaço uma vanguarda de divulgação literária, artística e científica, cuja dimensão, em termos nacionais mas também internacionais, está ainda por ser devidamente estudada.. No mesmo sentido, funda a Biblioteca Cosmos, com Manuel Rodrigues de Oliveira, que dirige desde 1941 até à morte. Uma Biblioteca que  pretende ser, como escreve ao apresentar à colecção,  «uma pequena pedra» para «toda uma vida nova a construir dominada por um humanismo novo». Em torno deste programa, Bento Caraça congrega intelectuais num espectro muito amplo de pertenças e referências do pensamento da época, muitos deles já colaboradores da Universidade Popular. O projecto gráfico é do amigo Carlos Botelho. Considerada já a primeira enciclopédia portuguesa, anterior à colecção francesa «Que sais-je?», a Biblioteca Cosmos, produção de transdisciplinaridade, no sentido conceptual contemporâneo, contará com a colaboração, entre outros, de Adolfo Casais Monteiro, Adriano Gusmão, António Sérgio, António da Silveira, Diogo de Macedo, escultor, José Gomes Ferreira, Luís Navarro Soeiro, Manuel Peres, Mário Dionísio, Mário Neves, Orlando Ribeiro, Paulo Quintela, Ruy Luís Gomes, Vitorino Magalhães Gordinho. Publicam aqui os primeiros livros, Rómulo de Carvalho, Agostinho da Silva, Irene Lisboa, Luís de Freitas Branco, Fernando Lopes Graça,  Manuel Mendes, Maria Silva, Alberto Candeias, Flausino Torres, Eugénio Conceição Silva, Ramiro da Fonseca. Até 1948, ano da morte de Caraça, a Cosmos publica 145 volumes , correspondendo a 114 títulos, com uma tiragem global de 793 500 exemplares.

Mesmo quando a intervenção de Bento Caraça se assume numa vertente mais situada politicamente, é ainda e sempre o «despertar das almas» que o move. Porque, como acentua em diversas fórmulas, as revoluções pressupõem uma consciência necessária à sua sustentabilidade.            Destacando-se no empenho pelo frentismo político, Bento Caraça funda a Liga contra a Guerra e o Fascismo, é um activista no apoio aos presos nos campos de concentração nazis e aos refugiados, colabora na Frente Popular ,  surge como um dos  mais estacados fundadores do MUNAF, Movimento de Unidade Nacional Antifascista, em 1942, e do MUD, Movimento de Unidade Democrática, em 1945, de cuja comissão central será vice-presidente. Por este envolvimento, no qual produz importantes documentos de análise política, será preso várias vezes e demitido das funções de docência a 8 de Outubro de 1946, sob a acusação de ter assinado um documento contra a admissão de Portugal na Nato, tal como o professor Mário de Azevedo Gomes, co-autor do documento e presidente da comissão central do MUD.É já então casado com a segunda mulher, Cândida Gaspar, a aluna que o levou a abandonar a  longa viuvez do breve casamento  com Maria Octávia, que durara menos de um ano. Com Cândida, que lhe devolve a paixão e a ternura, será também breve a vida. Ele sabe-o. A doença cardíaca, já de longa data, agravava-se. Por isso o olhar de profunda ternura com que segue os primeiros passos vacilantes de João, o seu filho, é um olhar pleno de nostalgia. Nostalgia do futuro. E nas últimas fotografias antes da morte, a 25 de Julho de 1948, Bento Caraça devolve-nos o sorriso magoado dos que sabem que vão morrer.Deixará uma obra invulgar. E uma invulgar saudade. Porque muitos foram os que o amaram nesse tempo de cruzamento de cumplicidades, de militâncias e de amizades. E mais ainda os que o admiraram.No seu enterro, a 27 de Julho de 1948, uma impressionante multidão, num impressionante silêncio, vai pelas ruas de Lisboa, de Campo de Zurique ao Cemitério dos Prazeres. Agentes da polícia política enquadram a multidão, infiltram-se nela à espera da quebra do silêncio que não sucede, e, intimidatoriamente, filmam todo o funeral, nas ruas e no cemitério. Um cortejo simbólico, uma quase coreografia, imaginada pelo amigo Fernando Piteira Santos, as jovens e os jovens ,  em bloco, as mãos densas de flores. Afirmando a continuidade na ilusão do mundo que Bento Caraça procurou no seu empenho cultural e político.Como ele escrevera em 1939, na Seara Nova, «as ilusões nunca são perdidas. Elas significam o que há de melhor na vida dos homens e dos povos. (...) Benditas as ilusões, a adesão firme e total a qualquer coisa de grande, que nos ultrapassa e nos requer. Sem ilusão nada de sublime teria sido realizado, nem a Catedral de Estrasburgo, nem as sinfonias de Beethoven. Nem a obra imortal de Galileu.»   

   Texto de Helena Neves

sábado, 13 de dezembro de 2014

E, PORQUE ESTAMOS NO NATAL...



A TRADIÇÃO DA ÁRVORE DE NATAL

 FOI INTRODUZIDA EM PORTUGAL

POR D. FERNANDO II, 

CASADO COM A RAINHA D. MARIA II.


Em Portugal, até meados do século XIX, a tradição do Natal tinha como centro a figura do Presépio. No entanto, finda a Guerra Civil de 1832-34, que opôs os Liberais aos Miguelistas,  e com a ascensão ao Trono de Portugal da Rainha Dona Maria II, os hábitos da Corte Portuguesa, por altura do Natal mudaram. Assim, em 1836, a Rainha casou com o Príncipe Ferdinand von August Franz Anton von Sachsen- Coburg-Gotha-Koháry, mais tarde, D. Fernando II, o Rei-Artista. Deste casamento nasceram muitos filhos, dois dos quais foram mais tarde os reis Dom Pedro V e Dom Luís I. Com a vinda para Portugal de Dom Fernando II foi introduzida na Corte Portuguesa, a tradição da Árvore de Natal. Dona Maria II ficou conhecida na História com o cognome de “A Educadora”, tal era a sua preocupação com a educação dos seus filhos. O ambiente familiar assemelhava- se bastante a uma família burguesa no período do auge do Romantismo. Consta, segundo registos, que Dom Fernando II, na Noite de Natal, vestia-se de S. Nicolau e distribuía presentes aos seus filhos numa festa genuinamente familiar.

D. Fernando II, o Rei-Artista. Estátua no Largo do Ramalhão, em Sintra, uma homenagem do povo








A pouco e pouco, graças à influência da Corte, a tradição da Árvore de Natal foi passando das elites para uma parte da população. Mas a grande difusão da Árvore de Natal foi no século XX, na década de 60, graças à revolução nos meios de informação e comunicação, como a televisão. Altura em que também a figura do “Pai Natal” símbolo, claramente economicista e materialista, começou a “ganhar terreno” ao Menino Jesus – única verdadeira razão pela qual se celebra o Natal, pois Natal significa nascimento; neste caso, é a celebração do nascimento de Jesus Cristo.
Texto: David Garcia
Fotos: Idalina Grácio

JORNAL DE SINTRA

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ACONTECE

Nesta etiqueta, "ACONTECE", divulgaremos os  eventos públicos,  da iniciativa do campOvivo.


Cine Padaria

O Cine Padaria é uma iniciativa que surge no âmbito cultural do movimento campOvivo para tentar alargar o seu espaço a outras gerações.

Nesse sentido, constituiu-se um grupo constituído por jovens ligados à Cooperativa da Padaria do Povo e dois elementos do campOvivo, o qual pretende levar a cabo um projecto abrangente de celebração do Cinema e de reforço do sentido de pertença a um território.

Porque este grupo pretende fazer isto acontecer COM as pessoas deste bairro, apostando no poder de agir dos cidadãos, resolveu dar início em 26 de Janeiro de 2015, a este projecto com o Ciclo “Os  filmes das nossas vidas”.

O ciclo foi pensado de maneira a potenciar o envolvimento das pessoas do bairro na programação, divulgação e animação do debate, fazendo eco de backgrounds e experiências de vida diferentes, estimulando o cruzamento e partilha de culturas e vivências.

Assim, em finais de Outubro de 2014, elementos do Cine Padaria começaram a auscultar habitantes de Campo de Ourique - uns mais carismáticos, outros mais anónimos -, pedindo-lhes que falassem sobre 3 filmes que tivessem marcado as suas vidas. Tendo em conta os nossos recursos e as condicionantes na obtenção dos filmes para projecção pública, o grupo selecionará um dos três para fazer  parte da programação do ciclo.

Ao cidadão que fez a escolha será pedido também que coopere na divulgação natural junto dos vizinhos, familiares e amigos e que esteja presente  para assistir às sessões  gratuitas no salão da Padaria do Povo, que se prevêm semanais, ás segundas-feiras - de 26 de Janeiro até ao fim de Abril de 2015, no caso especifico deste ciclo.

A participação numa conversa prévia de 20 minutos, sobre o porquê da preferência daqueles 3 filmes - ou somente sobre o que será projectado - animada pelo próprio ou alguém à sua escolha, fará também parte das sessões.

Outros ciclos e iniciativas ligadas ao cinema se seguirão.

PROJECTOS

Dia 19 de Novembro
campOvivo



De modo muito sucinto, podemos anunciar que nos parece viável iniciar quatro projectos que, necessariamente, estarão muito ligados entre si. A sua concretização vai depender do grau de mobilização dos nossos vizinhos.


1º O Jardim da Palavra

Será de modo geral um espaço/tempo onde o campOvivo poderá promover

- Tertúlias temáticas
- Oficinas de troca de saberes
- Espectáculos de varios tipos
- Debates sobre questões da actualidade

 A ideia é que possamos fruir o bom e o belo e aprender com o novo e o diferente, cruzar culturas, dar voz a quem normalmente não tem espaço para se exprimir, sem esquecer o envolvimento activo dos cidadãos de Campo de Ourique .

2ª Vizinhos e companhia

A ideia é tentar minorar a solidão de pessoas de qualquer idade que desejarem um apoio. Ter alguém que os escute e acompanhe, quer em sua casa, quer em saídas que lhes alegrem a vida, é um dos nossos objetivos.Promover grupos de interesses pode tambem vir a ser uma via. 

3º Dar a volta

A ideia é criar grupos de entreajuda para desempregados que reúnam regularmente, acompanhados por animadores/facilitadores, quer no sentido de procurarem superar as dificuldades pessoais e sociais em que estão mergulhados, quer na promoção de competências sociais . Não permitir que se sintam excluídos pelo facto de estarem temporariamente inativos no campo laboral, e sem salário.

4º Iniciativa cidadã

A ideia é promover a conscientização duma visão mais ampla de cidadania, tomando iniciativas que sejam participadas e que promovam a capacitação dos direitos e /ou o seu questionamento. Está já pensado organizar informação de recursos e direitos a vários níveis para disponibilizar aos cidadãos de CO. O problema dos transportes no bairro é outro assunto que nos preocupa, dada a reduzida mobilidade que permitem, sobretudo a partir do fim do dia. E outras questões haverá que mobilizem a nossa energia.

QUEM SOMOS

Este foi o texto da apresentação do  campOvivo à população, no dia 19 de Novembro de 2013, no salão da Junta de Freguesia de Campo de Ourique.


Alguns de nós tiveram a intuição de que fazia sentido inaugurar um movimento, em 2013, neste nosso bairro. Chamamos-lhe campOvivo.
Somos um grupo de cidadãos. Damos agora a cara e o contacto. Não temos, enquanto grupo, qualquer ligação institucional e estamos abertos a todas as pessoas do bairro que queiram colaborar na linha dos nossos pressupostos.

Campo de Ourique vivo. Porque julgamos que lhe falta um acréscimo de vida. Sabemos da tradição deste território onde sempre houve iniciativas de cidadãos que lhe acrescentaram mais cultura e mais atenção aos vizinhos. Gostaríamos de nos inscrever, muito simplesmente, nessa história, tendo consciência dos nossos poucos recursos e das dificuldades com que estamos todos confrontados. O tempo é de desânimo e o ambiente favorece a depressão colectiva. Mas há muitos modos de enfrentar crises: um deles é resistir positivamente, lutando contra o que gera a desumanização e a injustiça. Urge ficarmos de pé, uns com os outros, e construirmos elos fortes entre nós, para que ninguém se sinta sozinho ou excluído, dentro de uma rede de vizinhos.

Falamos de movimento, porque este conceito nos é muito caro.
Acreditamos que o movimento pode alterar a realidade e sobretudo pode transformar aqueles que se movem. E isto se soubermos o que queremos, na intensa atenção, tanto ao contexto mais próximo, como ao mais distante. Mas obviamente que pretendemos que este projecto tenha impacto no bairro, junto dos nossos vizinhos e sobretudo junto daqueles que estão em situações de maior fragilidade.
“Nas situações fechadas, há sempre movimentos possíveis”. Não somos neutros perante a situação em que o país foi mergulhado. Há que activar as forças que temos e contribuir para a mudança.

A intenção do campOvivo é de promover a interajuda o cuidado recíproco. Não queremos situarmo-nos de modo paternalista perante outros, mas potenciar a reciprocidade, tanto quanto a criatividade estiver por perto. É que não há outra maneira de viver – somos uns com os outros.

A intenção é de dar corpo a diversas iniciativas de carácter cultural e social, fomentar as relações entre vizinhos, a responsabilidade partilhada, o sentido de pertença a uma comunidade e fortalecer a participação cidadã na resolução de problemas identificados e sentidos por todos. Isto exigirá uma escuta permanente do sentir das pessoas de Campo de Ourique e da procura activa de um aumento de participação da população naquilo que viermos a fazer.
.
A cultura, para nós, é um tema central. Há-de ser prazer de pensar e de fruir o diferente, reflectir sobre o que é novo para nós, ir mais fundo na notícia ligeira. Há-de ser contactar com a arte e as letras, a música e o teatro, o cinema e o jornal. E com tudo o que nos torne mais reflexivos e mais humanos. Tudo o que nos torne capazes de falar com mais rigor e de agir com mais informação.
No âmbito da cultura, valorizamos a troca de saberes entre diferentes culturas, ou seja, parece-nos muito interessante neste bairro tão heterogéneo e cheio de gente com experiências tão diferentes, cruzar o saber de quem sabe fazer – que tenha uma arte, um ofício, um saber fazer concreto e mais esquecido ou mais original, com outras formas de cultura no campo das letras, das artes, da ciência e das várias disciplinas.

A intervenção social surge por causa da responsabilidade que nos liga aos outros. Surge como forma do cuidado afectivo. Surge do facto de não nos ser suportável, perante o sofrimento, não poder abrir a porta e sair à rua. Surge da cumplicidade no meio da insegurança, da incerteza e da necessidade de acompanhar alguns que não têm caminho à vista.
Não temos dinheiro para distribuir. E não nos queremos substituir às estruturas do Estado e às acções que lhe são inerentes, ou às iniciativas institucionais que existem no bairro. Mas ter um papel complementar na prestação de apoios. Como ferramenta, temos uma atitude de solicitude, a vontade de acompanhar e, se for caso disso, o cuidado de encaminhar para instituições competentes, quer no bairro quer na cidade. Para este efeito, vamos elaborar um ficheiro de contactos.

A iniciativa cidadã será outra vertente da nossa tarefa. Não que seja nova, esta realidade em Campo de Ourique. Veja-se, por exemplo, uma das mais recentes e exemplares: um grupo de cidadãos reuniu-se em torno de uma causa: salvar um espaço que estava prestes a ser um conjunto de habitações de luxo – o ex-cinema Europa, para preservar um local de iniciativas de carácter cultural. Depois de diversos contactos com a Junta e a CML, conseguiram até que o projecto fosse votado no âmbito do Orçamento Participativo. E eis que está quase a abrir todo um rés-do-chão no centro do bairro, destinado a biblioteca/mediateca, a acções de animação e a um anfiteatro multifuncional. Aqui está um exemplo de que vale a pena o persistente empenho de um grupo de cidadãos.

As iniciativas que serão privilegiadas pelo campOvivo, no âmbito da cidadania activa, levar-nos-ão a tomar consciência do poder que temos de transformar, de preservar e de alimentar tudo o que é importante para o nosso bem-estar e para o bem comum. Há direitos que vão sendo desvalorizados e não respeitados nesta democracia e que urge resgatar. Há deveres dos cidadãos que faz sentido proclamar, para reforçar a nossa profunda interdependência e a responsabilidade que lhe está ligada.
A tarefa que nos propomos será levada à prática por todos os que se quiserem juntar, para tornar mais vivo este Campo, em regime de puro voluntariado. Quem quiser que venha e que traga mais cinco.

Mas há que afirmar que ser voluntário não é puro entretenimento ou forma de ocupar o tempo. Exige preparação para a tarefa, exige trabalho de equipa. Mas sobretudo uma alegria.
Mas o campOvivo só perspetiva o seu trabalho se for realizado em rede. Sabemos que estão aqui presentes representantes de instituições que já se manifestaram no sentido de colaborarmos em conjunto. Outros virão.
Estão aqui pessoas que são chave para o nosso trabalho. Contamos convosco. A tarefa é de todos. Funcionar em rede supõe que nada nem ninguém se situe no centro, mas que existam polos funcionais em ligação. Aceitar as competências uns dos outros, torná-las indispensáveis e ser protagonistas na complementaridade – é isto que queremos.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A HISTÓRIA D'A PADARIA DO POVO


1ª sessão 
das 
"Histórias de Campo de Ourique"


"A HISTÓRIA D'A PADARIA DO POVO 
A PARTIR DA VINDA DOS PADEIROS DE UL 
E OUTRAS HISTÓRIAS"

PALESTRA COM
JOSÉ ZALUAR BASÍLIO
E
ARMANDO FERREIRA DE CASTRO

2 NOVEMBRO 2014


SEMANA DA MODA



SESSÃO DE POESIA

NA LIVRARIA LER

INSERIDA  NA 
SEMANA DA MODA
DE
CAMPO D'OURIQUE

ORGANIZADA PELO
JARDIM DA PALAVRA
DO 
CAMPOVIVO

14 OUTUBRO 2014

GRIPES, ALERGIAS E CONSTIPAÇÕES



"GRIPES, ALERGIAS E CONSTIPAÇÕES"

DEBATES SOBRE SAÚDE
N'A PADARIA DO POVO 
COM 
PEDRO BARREIROS
(médico)

26 OUTUBRO 2014


CAROS VIZINHOS E AMIGOS, MUITO EM BREVE, ESTE SÍTIO HÁ-DE FICAR DE NOVO MAIS ANIMADO COM NOTÍCIAS DO QUE FORMOS FAZENDO E COM TUDO O MAIS QUE TIVER CABIMENTO DENTRO DO ESPÍRITO DESTE NOSSO MOVIMENTO.

ENTRETANTO, ESTAMOS TAMBÉM A REACTIVAR O NOSSO FACEBOOK, NESTA MORADA:

https://www.facebook.com/pages/Campovivo-Comunidade/324538314400482


domingo, 20 de julho de 2014

Aqui, pretendemos  publicar artigos de opinião e ou outro tipo de documentos, directamente relacionados com as questões da cidadania activa, da troca de saberes e da inter ajuda.

CINE PADARIA


O Cine Padaria é uma iniciativa que surge no âmbito cultural do movimento campOvivo para alargar o seu espaço a outros moradores do bairro.


Nesse sentido, constituiu-se um grupo constituído por jovens ligados à Cooperativa da Padaria do Povo e dois elementos do campOvivo, o qual pretende levar a cabo um projecto abrangente de celebração do Cinema e de reforço do sentido de pertença a um território.

Porque este grupo pretende fazer isto acontecer COM as pessoas deste bairro, apostando no poder de agir dos cidadãos, resolveu dar início a este projecto com o Ciclo “Os  filmes das nossas vidas”.

O ciclo foi pensado de maneira a potenciar o envolvimento das pessoas do bairro na programação, divulgação e animação do debate, fazendo eco de backgrounds e experiências de vida diferentes, estimulando o cruzamento e partilha de culturas e vivências.

Assim, em finais de Outubro de 2014, elementos do Cine Padaria começaram a auscultar habitantes de Campo de Ourique - uns mais carismáticos, outros mais anónimos -, pedindo-lhes que falassem sobre 3 filmes que tivessem marcado as suas vidas. Tendo em conta os nossos recursos e as condicionantes na obtenção dos filmes para projecção pública, o grupo selecionará um dos três para fazer  parte da programação do ciclo.

Ao cidadão que fez a escolha será pedido também que coopere na divulgação natural junto dos vizinhos, familiares e amigos e que esteja presente  para assistir às sessões  gratuitas no salão da Padaria do Povo, que se prevêm semanais, ás segundas-feiras - de 26 de Janeiro até ao fim de Abril de 2015, no caso especifico deste ciclo.

A participação numa conversa prévia de 20 minutos, sobre o porquê da preferência daqueles 3 filmes - ou somente sobre o que será projectado - animada pelo próprio ou alguém à sua escolha, fará também parte das sessões.

Outros ciclos e iniciativas ligadas ao cinema se seguirão.

ADIAFA DA POESIA




1. Convidamo-lo a escolher uma poesia escrita por si, ou uma outra de que goste especialmente de um poeta.

2. Entregue na Casa Fernando Pessoa em Campo de Ourique ou envie para o e mail: campovivo19@gmail.com até 21 de Março.

3. A poesia que "ofereceu" será dita por João d'Ávila ou por si, na Casa Fernando Pessoa, no dia 22.

Projectos

De modo muito sucinto, podemos anunciar no dia 19 de Novembro de 2013, que nos parecia viável iniciar quatro projectos que, necessariamente estão muito ligados entre si.
A sua concretização está  em curso com excepçao do 4º. projecto , Cidadania activa. 

1.º O Jardim da Palavra
É, de modo geral, um espaço/tempo onde o campOvivo poderá promover
- Oficinas de troca de saberes
- Espectáculos diversos
- Debates sobre questões da actualidade e de cidadania activa
- Tertúlias temáticas
A ideia é que possamos realizar estes eventos COM as pessoas do bairro, cruzar  culturas, dar voz a quem normalmente não tem espaço para se exprimir.

2º. Vizinhos e companhia
 Combater  a solidão de pessoas de qualquer idade que desejarem um apoio. Ter alguém que os escute e acompanhe, quer em sua casa, desde que o solicitem e ou promover  saídas que lhes alegrem a vida ou lhes sejam utéis; organizar encontros de grupos de interesses com perioricidade regular .

3º. Dar a volta
Criar um  grupo de entreajuda para desempregados que reúnam regularmente, acompanhados por animadores/facilitadores, no sentido quer de procurarem superar as dificuldades pessoais quer de reforço das suas competências  sociais . Não permitir que se sintam excluídos pelo facto de estarem temporariamente inativos no campo laboral, e sem salário.

4.º Cidadania activa
A ideia é promover a conscientização duma visão mais ampla de cidadania, tomando iniciativas que sejam participadas e que promovam a capacitação dos direitos e /ou o seu questionamento. Está já pensado organizar informação de recursos e direitos a vários níveis para disponibilizar aos cidadãos de CO. 
O problema dos transportes no bairro é outro assunto que nos preocupa, dada a reduzida mobilidade que permitem, sobretudo a partir do fim do dia. E outras questões haverá que mobilizem a nossa energia.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Quem somos?


Este  foi o texto da primeira intervenção do Movimento campOvivo na sua apresentação à populaçao e às instituições:

" Somos um grupo de cidadãos.  Não temos, enquanto grupo, qualquer ligação institucional e estamos abertos a todas as pessoas do bairro que queiram colaborar na linha dos nossos pressupostos.

Campo de Ourique vivo. Porque julgamos que lhe falta um acréscimo de vida. Sabemos da tradição deste território onde sempre houve iniciativas de cidadãos que lhe acrescentaram mais cultura e mais atenção aos vizinhos.

 Gostaríamos de nos inscrever, muito simplesmente, nessa história, tendo consciência dos nossos poucos recursos e das dificuldades com que estamos todos confrontados. O tempo é de desânimo e o ambiente favorece a depressão colectiva. Mas há muitos modos de enfrentar crises: um deles é resistir positivamente, lutando contra o que gera a desumanização e a injustiça.

 Urge ficarmos de pé, uns com os outros, e construirmos elos fortes entre nós, para que ninguém se sinta sozinho ou excluído, dentro de uma rede de vizinhos.

A intenção do campOvivo é de promover a interajuda e o cuidado recíproco. Não queremos situarmo-nos de modo paternalista perante outros, mas potenciar a reciprocidade, tanto quanto a criatividade estiver por perto. É que não há outra maneira de viver – somos uns com os outros.

A intenção é de dar corpo a diversas iniciativas de carácter cultural e social, fomentar as relações entre vizinhos, a responsabilidade partilhada, o sentido de pertença a uma comunidade e fortalecer a participação cidadã na resolução de problemas identificados e sentidos por todos. Isto exigirá uma escuta permanente do sentir das pessoas de Campo de Ourique e a participação dos mesmos em tudo o que fizermos.

cultura, para nós, é um tema central. Há-de ser prazer de pensar e de fruir o diferente, reflectir sobre o que é novo para nós, ir mais fundo na notícia ligeira. Há-de ser contactar com a arte e as letras, a música e o teatro, o cinema e o jornal. E com tudo o que nos torne mais reflexivos e mais humanos. Tudo o que nos torne capazes de falar com mais  rigor e de agir com mais informação.

No âmbito da cultura, valorizamos a troca de saberes entre diferentes culturas, ou seja, parece-nos muito interessante neste bairro tão heterogéneo e cheio de gente com experiências tão diferentes, cruzar o saber de quem sabe fazer – que tenha uma arte, um ofício, um saber fazer concreto e mais esquecido ou mais original, com outras formas de cultura no campo das letras, das artes, da ciência e das várias disciplinas.

intervenção social surge por causa da responsabilidade que nos liga aos outros. Surge como forma do cuidado afectivo. Surge do facto de não nos ser suportável, perante o sofrimento, não poder abrir a porta e sair à rua. Surge da cumplicidade no meio da insegurança, da incerteza e da necessidade de acompanhar alguns que não têm caminho à vista.

Não temos dinheiro para distribuir. E não nos queremos substituir às estruturas do Estado e às acções que lhe são inerentes, ou às iniciativas institucionais que existem no bairro. Mas ter um papel complementar na prestação de apoios. Como ferramenta, temos uma atitude de solicitude, a vontade de acompanhar e, se for caso disso, o cuidado de encaminhar para instituições competentes, quer no bairro quer na cidade. Para este efeito, vamos elaborar um ficheiro de contactos.

iniciativa cidadã será outra vertente da nossa tarefa. Não que seja nova, esta realidade em Campo de Ourique. Veja-se, por exemplo, uma das mais recentes e exemplares: um grupo de cidadãos reuniu-se em torno de uma causa: salvar um espaço que estava prestes a ser um conjunto de habitações de luxo – o ex-cinema Europa, para preservar um local de iniciativas de carácter cultural. Depois de diversos contactos com a Junta e a CML, conseguiram até que o projecto fosse votado no âmbito do Orçamento Participativo. E eis que está quase a abrir todo um rés-do-chão no centro do bairro, destinado a biblioteca/mediateca, a acções de animação e a um anfiteatro multifuncional. Aqui está um exemplo de que vale a pena o persistente empenho de um grupo de cidadãos.

As iniciativas que serão privilegiadas pelo campOvivo, no âmbito da cidadania activa, levar-nos-ão a tomar consciência do poder que temos de transformar, de preservar e de alimentar tudo o que é importante para o nosso bem-estar e para o bem comum. Há direitos que vão sendo desvalorizados e não respeitados nesta democracia e que urge resgatar. Há deveres dos cidadãos que faz sentido proclamar, para reforçar a nossa profunda interdependência e a responsabilidade que lhe está ligada.
A tarefa que nos propomos será levada à prática por todos os que se quiserem juntar, para tornar mais vivo este Campo, em regime de puro voluntariado. Quem quiser que venha e que traga mais cinco.

Mas há que afirmar que ser voluntário não é puro entretenimento ou forma de ocupar o tempo. Exige preparação para a tarefa, exige trabalho de equipa. Mas sobretudo uma alegria.
Mas o campOvivo só perspetiva o seu trabalho se for realizado em rede. Sabemos que estão aqui presentes representantes de instituições que já se manifestaram no sentido de colaborarmos em conjunto. Outros virão.

Estão aqui pessoas que são chave para o nosso trabalho. Contamos convosco. A tarefa é de todos. Funcionar em rede supõe que nada nem ninguém se situe no centro, mas que existam polos funcionais em ligação. Aceitar as competências uns dos outros, torná-las indispensáveis e ser protagonistas na complementaridade – é isto que queremos.

Maria Conçeição Moita
Rosário Horta
Rui Remígeo
Maria José Afonso 
Pedro Barreiros
Alexandra 









sábado, 12 de abril de 2014

Bem Vindos


Bem vindo a este blogue de um grupo de cidadãos de Campo de Ourique que iniciou a construção de um Movimento que se pretende seja uma escuta das necessidades do bairro, de interajuda entre os seus habitantes e de promoção de iniciativas sociais e culturais diversas.
Vá lá, participe!